Escola Rural de Teatro dos Sertões leva arte e cidadania à comunidade de Alegre II

 

Projeto da Funarte e Governo Federal atende 75 jovens e adolescentes da zona rural de Itatira

A comunidade de Alegre II, no município de Itatira, está se transformando em um polo cultural com a criação da Escola Rural de Teatro dos Sertões. A iniciativa, desenvolvida no Espaço Cultural Sertão das Artes, é fruto de uma parceria entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e o Governo Federal, dentro do Programa de Ações Continuadas 2024.

O projeto nasceu de uma experiência iniciada em 2023, quando a Associação Comunitária Menino Jesus de Alegre II, por meio do Grupo de Teatro Boi Catingueiro, foi selecionada em edital nacional. Atualmente, 75 alunos participam das atividades, distribuídos em três cursos: Escrita Criativa e Dramaturgia, Interpretação Teatral e, a partir de setembro, Direção e Produção Teatral.

Transformação pela arte

Voltado principalmente para crianças e adolescentes da zona rural, o projeto tem gerado mudanças na autoestima e no cotidiano dos participantes. “Antes eu era muito tímida, mas o teatro me ensinou a falar em público e acreditar em mim”, conta uma estudante do curso de Interpretação. Outro jovem relata: “Na dramaturgia, aprendi que posso transformar as histórias da minha comunidade em peças. Isso me deixa orgulhoso”.

A repercussão também é sentida pelas famílias. Para o morador Geovane Inácio, pai de um aluno, os resultados são visíveis: “O teatro trouxe disciplina, responsabilidade e autoestima para meu filho. Ele tem se dedicado mais aos estudos e encontrou uma nova paixão”.

Impacto na comunidade

A iniciativa também representa um marco para a região. Dona Maria, moradora de Alegre II, celebra: “A gente nunca imaginou que teria um projeto desse tamanho aqui. Ver nossos filhos no palco é uma alegria para toda a comunidade”.

Segundo Geovane Inácio, presidente da Associação Comunitária Menino Jesus de Alegre II, a Escola Rural de Teatro é a realização de um sonho antigo: “Essa escola coloca Alegre II no mapa da cultura cearense, mostrando que o sertão também produz arte de qualidade”.

O coordenador do projeto, Antonio Inácio, ressalta o caráter social da ação: “Além de formar artistas, estamos formando cidadãos. O teatro é ferramenta de transformação e inclusão para nossos jovens”.

Já o produtor cultural Lennon Lopes destaca o diferencial da equipe envolvida: “Trazer profissionais de alto nível do teatro cearense para ensinar aqui é um marco. Eles não só formam, mas também produzem com os alunos, garantindo uma mostra final de grande impacto”.

Como forma de incentivo, cada aluno receberá uma bolsa no valor de R$ 100 ao final das atividades. A culminância do projeto será marcada por uma mostra artística, reunindo espetáculos, textos e produções desenvolvidas ao longo da formação.